domingo, 31 de maio de 2015

Sobre abrir-se ao mundo - Ayron



Hoje abri a torneira e não havia água;
Abri a porta de casa e não havia compaixão;
Abri a sala de aula e não havia alunos;
Abri o hospital e não havia espaço;
Abri as portas do Estado e não havia interesse – enquanto no sistema é só o que havia;
Abri a porta da rua e, cheias, não havia ninguém;
Abri a porta do templo e não havia amor;
Um dia abrirei os olhos e não haverá esperança.




sexta-feira, 29 de maio de 2015

Resenha: Paixão

Título: Paixão
Autor: Lauren Kate
Editora: Galera Record
Número de páginas: 377






Pra quem não sabe esse é o terceiro livro da série Fallen, os dois primeiros já foram resenhados aqui no blog, você pode ver a resenha do primeiro clicando AQUI e do segundo clicando AQUI. Tenho que confessar que o começo desse livro não me deixou muito empolgada, mas acabou me conquistando e virando o meu preferido dos três que já li da série. Dessa vez Luce vai realmente atrás de respostas para suas perguntas infinitas e finalmente as encontra. O curioso é que ela faz isso visitando algumas de suas inúmeras encarnações e presenciando sua morte em cada uma delas, buscando provar que o amor que ela e Daniel sentem um pelo outro vai muito além da maldição deles.

Porém para Luce, era diferente. Ela não tinha acesso ao esplendor do amor deles, apenas ao seu fim trágico. Pág 148

Ela reconheceu o brilho da alma de Daniel. E precisava vê-lo novamente. Talvez houvesse uma maneira de sobreviver a isso. Precisava, ao menos, tentar. Pág 294

Como eu li um livro atrás do outro eu acabei ficando meio enjoada dos personagens e tudo mais, não quis que isso influenciasse minha opinião sobre o livro, por isso dei uma pausa e li outras coisas e também é por esse motivo que demorei para fazer essa resenha. Pra quem está curioso nesse livro o Daniel volta ao dia em que a queda aconteceu, que também é o dia em que ele foi amaldiçoado, e finalmente ficamos sabendo como toda essa história começou e achei bem inesperado como tudo aconteceu. Já disse que esse foi meu preferido dos três livros que li e o motivo é que vi um amadurecimento dos personagens, principalmente da Luce e do Daniel, o livro mostra basicamente eles dois, se você tem algum outro personagem a qual é apegado pode esquecer dele nesse livro, os outros anjos e demônios aparecem no começo, no final e em alguns pontos específicos ao longo do livro. 

Existe apenas esperança. Um dia, você sobreviverá. Essa verdade absoluta é a única que me faz seguir em frente. Nunca desistirei de você. Mesmo que precise esperarmos toda a eternidade. Eu a amarei com todo o coração, em cada uma das suas vida, por cada uma de suas mortes. Não me prenderei a nada além do meu amor por você. - Daniel pág 342 

Já tenho o quarto livro da série aqui em casa, mas tenho outras leituras que são prioridades agora, principalmente as da faculdade, então vai demorar um pouco pra sair a resenha do último livro e da série como um todo. Continuo indicando essa série, mas com a mesma opinião: acho que as coisas demoram muito pra acontecer algo realmente relevante. Neste terceiro livro senti menos isso, mas no primeiro e no segundo as coisas demoram muito pra acontecer. O terceiro livro tem muitas partes importantes e gostei muito dessa leitura. Espero que estejam gostando de acompanhar as resenhas dessa serie, fazia tempo que eu não escolhia uma série pra ler e estou gostando de passar mais tempo acompanhando os mesmo personagens. Já comprei o quarto livro da série, mas ele não está nas minhas prioridades agora, então devo demorar pra fazer a resenha dele, mas estou lendo livros incríveis e muitas resenhas legais vão ser postadas aqui.

Algumas pessoas passam a vida inteira em busca de um amor como esse. Pág 343

domingo, 24 de maio de 2015

A última crônica

Oi pessoal, um tempo atrás eu trouxe um texto que marcou minha infância e essa semana escolhi trazer uma crônica que mexeu muito comigo no ano passado. Pra quem não sabe me formei no terceiro ano no ano passado e comecei a faculdade esse ano. Tive a sorte de ter um professor de literatura muito bom e em uma das aulas ele leu essa crônica e é uma das mais lindas que conheço. Sempre que lembro das aulas essa crônica vem na mesma hora na minha cabeça e decidi compartilhar com vocês. Espero que gostem o mesmo tanto que eu ou, quem sabe, até mais. A crônica é do Fernando Sabino que é um escritor e jornalista brasileiro.

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


Texto extraído do livro
"A Companheira de Viagem", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.

Essa é a minha crônica favorita e espero que tenham gostado tanto quanto eu, lembro perfeitamente da primeira vez que ela foi lida pra mim e desde então conquistou um lugar no meu coração. rs A mensagem é linda e me fez refletir, espero que provoque isso nos que também leram.

Foto: WeHeartIt

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A infância mais bela #2 - Brincar é urgente!

A importância de brincar


Brincar faz parte da infância e tem grande importância para o desenvolvimento das crianças. Atualmente temos dois tipos de privação do brincar, o primeiro caso é composto por crianças que infelizmente perdem essa parte da infância porque precisam trabalhar e o segundo caso é o oposto, crianças de pais com uma boa situação econômica e que colocam essas crianças em mil e uma atividades complementares, além da escola. Ballet, inglês, sapateado, luta, teatro. Nessa correria acaba ficando difícil separar um tempo para a brincadeira. Sei que a intenção dos pais ao colocar os filhos nessas atividades é, na maior parte dos casos, boa, sempre pensando no melhor que podem oferecer aos filhos. Mas nos dois casos as crianças chegam em casa exaustas e a pergunta central é: onde fica o espaço para a brincadeira no meio dessas rotinas? E por que esse tempo é tão importante?

A criança passa por diferentes tipos de interação social e contexto ambiental, passando por um período de desenvolvimento que lhe permite aprender inúmeras habilidades que serão úteis na vida adulta. No início a criança brinca sozinha, depois lado a lado com outras crianças e, por fim, vem a interação social que envolve cooperação e troca de papéis. É comum pensar que a principal função da brincadeira é preparar o indivíduo para o futuro, tanto em animais como em seres humanos (Smith, 1982). No entanto, a brincadeira em animais pode ter efeito a curto prazo também (Martin e Caro, 1985). Em seres humanos, sugere-se que diferentes formas de comportamentos envolvidos na brincadeira podem ter consequência a curto prazo no desenvolvimento infantil, como por exemplo, aprimoramento no controle de padrões motores, resistência e força física (Pellegrini e Smith, 1998).

Segundo Vygotsky (1989) - um dos autores que embasam teoricamente a proposta pedagógica da Creche Francesca Zacaro Faraco - o brincar cria a chamada zona de desenvolvimento proximal, impulsionando a criança para além do estágio de desenvolvimento que ela já atingiu. Ao brincar, a criança se apresenta além do esperado para a sua idade e mais além do seu comportamento habitual. Para Vygotsky, o brincar também libera a criança das limitações do mundo real, permitindo que ela crie situações imaginárias. Ao mesmo tempo é uma ação simbólica essencialmente social, que depende das expectativas e convenções presentes na cultura. Quando duas crianças brincam de ser um bebê e uma mãe, por exemplo, elas fazem uso da imaginação, mas, ao mesmo tempo, não podem se comportar de qualquer forma; devem, sim, obedecer às regras do comportamento esperado para um bebê e uma mãe, dentro de sua cultura. Caso não o façam, correm o risco de não serem compreendidas pelo companheiro de brincadeira.

Durante a brincadeira a criança coloca em prática a sua cultura, aprende a se comportar em diversas situações através do muito conhecido "faz de conta". Brincando com outras crianças ela aprende a compartilhar, respeitar o próximo e a negociar, três práticas importantíssimas durante toda a vida do indivíduo. A brincadeira também é um meio de expressão da criança, ali ela pode ser o que quiser e viver situações imaginárias onde pode explorar, vivenciar e criar.

É muito importante que os adultos tentem resgatar o espírito do brincar, para que possam participar também desse processo do desenvolvimento das crianças, mas infelizmente, a boneca que era tudo quando éramos pequenos perde a magia e é importante que vivenciemos isso enquanto crianças, porque não sei exatamente em que momento, esse encantamento se perde. Têm uma frase que eu gosto muito, escutei no documentário Tarja Branca, que tem resenha aqui no blog, que é: Brinca é urgente! E eu digo mais, brincar é garantido pela Constituição, então vamos fazer o possível para que todas as crianças tenham essa prática no cotidiano.


Referências:
http://www.ufrgs.br/creche/a-unidade/psicologia-1/a-importancia-do-brincar-para-o-desenvolvimento-infantil
http://educador.brasilescola.com/comportamento/a-importancia-brincar.htm
Texto: Contribuições da Etologia para a compreensão do comportamento humano (Mauro L. Vieira)

domingo, 17 de maio de 2015

Resenha: O Cortiço - Aluísio de Azevedo

Título: O Cortiço
Autor: Aluísio de Azevedo
Editora: Nova Fronteira (Saraiva de bolso)
Número de páginas: 267








Oi amores! Já deixem bem claro por aqui que amo os clássicos e hoje trago um que virou meu queridinho. Faz tempo que O Cortiço está na minha estante e sinceramente não sei porque demorei tanto pra ler. Mas felizmente levei ele comigo no feriado de Páscoa e devorei todas as páginas. Normalmente levo os livros em viagens e acabo me distraindo com outras coisas e não leio nada, mas dessa vez foi diferente, me envolvi com a história e todos os personagens e li o livro todo rapidinho, é muito bom quando isso acontece né?

"Forte para desejar e fraco para resistir ao desejo."

O livro conta o dia a dia da vida em um cortiço no Rio de Janeiro. Pra quem não sabe os cortiços eram muito comuns e eram estalagens com várias "casas" e todo mundo mora meio que junto, as condições são bem precárias e era onde as pessoas mais pobres moravam. O cortiço construído por Aluísio nesse livro era composto por pequenas casas, uma venda, nos fundos tinha uma pedreira e no pátio ficavam as lavadeiras que pagavam uma certa quantia para o dono do cortiço para poderem trabalhar naquele espaço. O tema central é mostrar como era a vida nesse espaço, onde se encontravam pessoas tão diferentes e que tinham que conviver ali e o meu tópico preferido é como o meio influência e transforma o indivíduo. Pra mim, essa parte do livro é a mais importante. Tem um personagem que vai morar com sua esposa no cortiço para trabalhar na pedreira e durante o tempo que passa morando ali ele é transformado por aquele novo ambiente e é muito legal ler o livro com atenção a isso. Todas as pessoas são modificadas de alguma forma pelas coisas e pessoas que as cercam e isso ocorre naturalmente com todo mundo, mas poucas vezes paramos para pensar e perceber isso, acho válido prestar bastante atenção nesse ponto da leitura de O Cortiço.

"Que estranho poder era esse, que a mulher exercia sobre eles, a tal ponto, que os infelizes, carregados de desonra e de ludíbrio, ainda vinham covardes e suplicantes mendigar-lhe o perdão do mal que ela fizera?... E surgiu-lhe então uma ideia bem clara da sua própria força e do seu próprio valor. Sorriu. E no seu sorriso já havia garras."

O texto é bastante descritivo, o que é ótimo, porque conseguimos realmente visualizar o ambiente retratado e principalmente os personagens, que são muito bem construídos. O que gostei é que o autor mostra os personagens tanto em sua individualidade quanto no convívio com outras pessoas e isso dá uma visão melhor de quem cada um realmente é, porque nem sempre somos nós mesmos perto de outras pessoas e o que se passa na mente de cada um, seus desejos e angustias, é mostrado também ao longo da narrativa. O livro é dividido por capítulos, 23 ao todo, e a edição que eu li trás logo no início um panorama geral sobre o autor, suas influências e sobre os personagens. Como a maioria dos textos naturalistas os personagens são comparados o tempo todo com animais e essa é uma característica muito forte presente em todo o livro.

"Amara-o a princípio por afinidade de temperamento, pela irresistível conexão do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos, depois, continuou a estar com ele por hábito, por uma espécie de vício que amaldiçoamos sem poder largá-lo."

Amo os livros e produções naturalistas e realistas e sabia que ia amar esse livro, mas pra quem não tem costume de ler clássicos e gostaria de começar acho que esse é um ótimo livro porque a linguagem é muito tranquila e apesar da temática é uma leitura leve. Amei e indico o livro para todas as pessoas. Não tem onde colocar defeito, adorei a escrita, os personagens, a temática, tudo!!! Espero que essa resenha influência alguns de vocês a sair da mesmice e dar uma chance aos clássicos. Até o próximo post. Beijinhos

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Resenha: HP e a Pedra Filosofal

Título: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autor: J.K.ROWLING
Editora: ROCCO
Número de páginas: 223






Oi amores, tudo bem? Fico até com vergonha de falar, mas até essa semana nunca tinha lido um livro do Harry Potter. Eu sei, eu sei, é um absurdo. Cresci vendo os filmes e sempre li muito, não sei como não tinha lido a série ainda. Uns anos atrás ganhei o primeiro livro, mas acabou ficando na estante tomando poeira. Esse ano coloquei como uma das minhas metas literárias ler todos os livros do Harry Potter, peguei uma promoção no Submarino e comprei a coleção toda na edição de capa branca (que na minha opinião é a mais bonita ever). 

 O problema é que os humanos têm o condão de escolher exatamente as coisas que são piores para eles. (pág 214)

Esse primeiro livro vai apresentar o mundo da magia tanto para os leitores quanto para o próprio Harry. A escola de magia é apresentada, Harry faz amigos e começa a desvendar o seu passado, desconhecido até então. Enfrenta dificuldades e tem que lidar com a fama que não sabia que tinha. Fiz uma leitura diferente, a cada três capítulos eu parava e via o filme até a parte que eu tinha parado de ler, assim pude ver bem as adaptações que fizeram pro cinema. Já li alguns livros que foram adaptados para o cinema e sempre me decepciono bastante, mas com Harry Potter e a Pedra Filosofal não aconteceu isso. É claro que tem algumas coisas que faltam ou foram modificadas no filme, mas nada absurdo. O que eu sei é que depois do quarto filme fica bem diferente do livro, mas ainda não posso dar minha opinião sobre isso, espero poder falar em breve.

A verdade é uma coisa bela e terrível, e portanto deve ser tratada com grande cautela.  (pág 215)

Bom, foi uma experiência boa ler esse livro, tenho lido muitos textos teóricos pra faculdade e sempre que eu parava pra ler HP me desligava um pouco e ficava mais tranquila. Acho que faz super bem ler um livro de fantasia durante o semestre, porque te tira completamente da realidade e te transporta para um universo cheio de novidades. É sempre bom esvaziar um pouco a cabeça e se distrair. A edição que comprei tem alguns erros de digitação, mas nada demais. Já amava o filme e sabia que ia amar ainda mais o livro, cresci com Harry Potter e ver os filmes ou ler me lembra bons momentos, os amigos reunidos comendo pipoca e ansiosos pra conhecer as aventuras do Harry. Vale destacar que amei o final do livro, uns dos melhores que já li. Dei cinco estrelas para o livro no Skoob, estou tentando usar esse aplicativo, mas ainda não tive tempo de cadastrar todos os livros da minha estante, mas atualizo o que li todos os dias.

Não existe bem nem mal, só existe o poder, e aqueles que são demasiado fracos para o desejarem... (pág 210)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um conto a cerca do amor

Assim como há grandes segredos por trás do amor – da sua definição, interpretação e até mesmo do que é senti-lo – há também inúmeras histórias que tentam dar explicações a certas características de tal sentimento, afinal, sua origem é e sempre será um mistério.
Tentarei agora lhes contar uma delas.

R
eza a lenda que era um rei temido e poderoso; conquistador das melhores terras, possuidor das melhores armas; dono de um grande reino, e também de um grande amor.

       Mas diferente do amor que conhecemos hoje, este rei – bem como todo o seu povo – sentia um amor egoísta e unilateral. Nesta época o amor dependia única e exclusivamente daquele que o sentia – quem amava via-se completo simplesmente por amar, independente do que ocorresse ao ser amado. Se as atitudes tomadas por conta do amor fossem boas ou ruins pouco importava enquanto trouxessem satisfação – se fosse necessário ceifar uma vida, assim era feito, ou se molestar fosse preciso, também. Neste contexto um amor sem pudor e compaixão se manifestava sobre este povo e sobre este rei.
Porém, desde quando o mundo é mundo que para tudo o que nele acontece existem controvérsias.
Dentre as personagens desta trama havia uma bruxa que não sentia este amor egoísta – e talvez por isso, recebia o título de bruxa. Diante do amor que se propagava, desde os becos suados dos vilarejos aos cômodos vazios do palácio, o que transbordava no peito da bruxa era diferente – para ela, além de colher o fruto do amor que sentia era necessário alimentar quem o plantou – e com ele, pelo rei ela se apaixonou. O amou, e até sentiu-se satisfeita com tal sentimento, porém este amor – se é que podemos chamar dessa forma – se esvaeceu em decepção e rancor.
Era um sentimento intenso que já rendia anos, e até parecia recíproco em alguns momentos, mas o rei com sua soberba e amor descompassado não retribuía com a mesma simplicidade e empatia que lhe entregava a bruxa – que se sentia a cada dia, de rainha à escrava. O rei faminto destrinchava como uma ave as partes do amor e coração de sua pobre amante, até o dia em que ela se cansou de tanto desgosto e decidiu, antes de acabar com sua vida e sofrimento pelo amor não retribuído, rogar uma praga que se perpetuaria por toda a história da humanidade.
Reza a lenda que a bruxa praguejou sobre o amor de cada homem, prometendo que tal sentimento jamais sobreviveria se individual, unilateral e egoísta. Nenhum homem seria capaz de amar sem ser amado, de encontrar o amor sem a ajuda de outra pessoa. Reza a lenda que até hoje, todos os homens da terra estão fadados a vagar em busca do amor verdadeiro.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Documentário: Tarja Branca - A revolução que faltava

Título: Tarja Branca - A revolução que faltava
Diretor: Cacau Rhoden

Oi amores, tento trazer sempre uma resenha de filme legais, mas hoje trouxe um documentário. Na semana de matrícula na minha faculdade eles fazem o acolhimento, e acontecem várias atividades na faculdade para receber os calouros e uma delas foi a transmissão do documentário Tarja Branca (do mesmo diretor de Muito Além do Peso) seguido de um debate. Já conhecia o Muito Além do Peso e fiquei curiosa para ver mais coisas desse diretor e isso me motivou a ir ao debate.

O documentário é incrível, trás diversas personalidades de diferentes áreas de atuação e cada uma se posiciona em relação ao tema central que é o momento lúdico nos dias atuais, tanto para adultos quanto para crianças. Esse tema é fenomenal e provoca muitas reflexões.
Vejo que hoje é pouco espaço para o lúdico, principalmente quando se é adulto. Como se brincar fosse coisa só de criança, de gente boba. Muitas vezes aqueles que levam a vida de uma forma mais leva e se permitem explorar o lado lúdico da vida não são levados muito à sério. Existe uma cobrança muito grande, e senti isso recentemente, de que as pessoas cresçam e crescer significa abrir mão de alguns prazeres e facilidades que temos quando crianças e jovens. Discordo disso. Acredito que o processo de amadurecimento de uma pessoa vem junto comas responsabilidades que ela vai acrescentando a sua vida e isso acontece naturalmente, mas isso não quer dizer que deva passar a encarar a vida com mais seriedade e deixando de lado esses momentos tão especiais e divertidos de brincadeira.
Brincar é muito mais do que só brincar, é um momento de aprendizagem, de onde surgem as melhores lembranças e sabendo disso não entendo como as pessoas possam acreditar que abrir mão de algo tão bom signifique que você amadureceu. Existe ai uma inversão de valores e isso tem efeito direto na vida das pessoas. Acredito que essa geração que vive estressada, correndo, preocupada e infeliz vive assim porque não se permite momentos mais leves e lúdicos. Posso falar mais disso em um outro post, mas foram basicamente essas as minhas reflexões e conclusões após assistir ao documentário.

Sinopse: Dos mesmos produtores do filme "Muito Além do Peso", chega aos cinemas em junho Tarja Branca!
Onde está nosso espírito lúdico? Qual o lugar do brincar nas nossas vidas?
Os remédios tarja preta parecem ser a cura imediata para ansiedade, insegurança, medo e depressão. Mas o que aconteceria se colocássemos uma dose de tarja branca no nosso dia a dia?
Por meio de reflexões de adultos de gerações, origens e profissões diferentes, TARJA BRANCA, dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes, explora o conceito de "espírito lúdico", tão fundamental à natureza humana, e sobre como o ser humano contemporâneo se relaciona com ele.